A matemática da graça

Texto: Efésios 2:8-10

- Eu não sei se você gosta de futebol. Na verdade, o que mais me preocupa não é se você gosta de futebol ou não, mas se você entende as regras do jogo de futebol, ou não.

- Estou me lembrando que quando o Brasil jogou contra a Jamaica no ano retrasado, na Copa da CONCAF, nos EUA, pouco antes da Copa da França, assisti o jogo pela TV numa casa, e havia uma senhora torcendo pelo time de uniforme verde, preto e amarelo. Quando este time fez o gol, a senhora vibrou bastante, pensando que o time de uniforme verde e amarelo era o Brasil. Acontece que neste dia, o Brasil estava jogando com o segundo uniforme, que é azul e branco. Eu sei que você entendeu a mensagem...
Imagine a final de um campeonato mundial de futebol. Quero chamar o campeonato mundial de futebol de “A Loucura do Futebol”.

- Confesso que eu não resisto à tentação de ligar a TV para ver o Brasil jogando.

- Pense na Copa de 90, na Itália. Pense na seleção brasileira. O técnico? Sebastião Lazaroni. Pense na Copa de 94, nos EUA. Pense na seleção brasileira. O técnico? Carlos Aberto Parreira.

- Agora pense no nome de um jogar presente nas copas de 90, 94, 98. Seu nome, ahh.. É ele: DUNGA, o capitão do tetra.
DUNGA está em campo jogando. Ele sabe que se perder o jogo com a Argentina, ele será o bode expiatório no Brasil. Daqui a vinte anos estará se aconselhando para se libertar desse momento. Mas DUNGA sabe também que, se vencer o jogo contra a Itália, especialmente se Dino Bágio, o carrasco jogador do time Italiano, errar um pênalti e o goleiro Tafarel pegar outro, DUNGA, o capitão do tetra, será um herói. Sua foto estará na primeira página dos jornais. Provavelmente ele poderá se candidatar a Governador do Rio Grande do Sul, poderá ser Ministro dos Esportes do Brasil ou ainda poderá se candidatar a Senador, no Estado de São Paulo.

- Tudo depende de como ele joga e mantém a sua liderança dentro do campo. Seus colegas olham para ele e querem encorajá-lo, mas não dizem nada. Tudo depende do que ele fizer. eu Eu quero falar sobre: A nossa salvação vem inteiramente da graça de Deus.

- O texto que nós lemos está nos mostrando que nós fomos salvos inteiramente como resultado da graça de Deus. Noutras palavras, não é a resposta de Deus a alguma coisa que haja em nós.

- A salvação não é em nenhum sentido a resposta de Deus a algo existente em nós.Para que compreendamos esta Matemática da graça, eu gostaria de apresentar-lhes algumas verdades da salvação pela graça.

I. Somos salvos unicamente por causa da graça de Deus (v.8).

- Pela graça sois salvos, nos diz o verso 8. Conforme temos visto neste capítulo, criaturas que estavam espiritualmente mortas, agora estão vivas – como isso aconteceu?

- Pode um morto voltar a viver por si mesmo? IMPOSSÍVEL.

- A inevitável conclusão a que chegamos é que nós somos cristãos neste momento unicamente e inteiramente pela graça de Deus.

1. Isto não vem de vós. Não satisfeito com esta declaração, o apóstolo acrescenta uma segunda declaração.

2. É dom de Deus; para que ninguém se glorie.

- Meus irmãos, este sempre deve ser o nosso teste decisivo do nosso conceito de salvação.

Pergunta:

Como você se tornou cristão?

Você se tornou cristão porque levantou a mão?

Porque foi à frente da Igreja e, em alguns casos, chorando?

É disso que depende a sua salvação? Não.

- O texto nos diz que a nossa salvação não depende, nunca dependeu do homem.

- Você se orgulha de si mesmo pelo fato de você ter buscado a Cristo?

- A sua idéia de salvação reflete de alguma forma algum mérito a seu favor?

Aplicação:

Se reflete algum mérito em seu favor, segundo esta declaração bíblica não hesito em dizer-lhe que você não é cristão. Não vem de vós, é dom de Deus; para que ninguém se glorie.

 

II. O fato de sermos salvos por causa da graça de Deus, não nos dá base para nos gabarmos, para nos gloriarmos de nós mesmos (v. 9).

- Com muita facilidade nós nos gabamos de nossa inteligência, nos gabamos de nossa força de vontade, de nossa determinação.

- A Palavra de Deus nos mostra no verso 9 dois aspectos dos quais somos tentados a nos gloriar:

1. Nós somos tentados as nos gloriar de nossas obras.

- Já ouvi de cristãos dizendo mais ou menos o seguinte:

Sabe quando eu decidi parar de fumar, EU parei (batendo no peito). Quando decidi ser crente EU fui a Igreja. Domingo catei a minha bíblia , e eu fui.

- Essa era a razão pela qual os fariseus eram os maiores inimigos de Jesus Cristo. Não porque eles só eram faladores, mas porque eles faziam as coisas que realmente faziam.

- Em Lucas 18:12, lemos: Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O fariseu ao falar estas palavras ele estava falando rigorosamente a verdade. Os fariseus não falavam apenas, faziam realmente estas coisas. Eles jejuavam sim, eles davam o dízimo sim, mas são obras e obras não salvam.

Aplicação:

Meus irmãos, o evangelho faz de nós mendigos. Ele condena a cada um de nós. Não há diferença entre pessoas boas ou más, entre o judeu ou gentio – Não há um justo, nem um sequer. Deus nos faz cristãos para que pratiquemos boas obras.

- Não é uma questão de as boas obras levarem ao cristianismo, e sim, de o cristianismo levar às boas obras. Porque sou salvo, eu posso jejuar, eu devo ser dizimista etc. ...

2. Nós somos tentados a nos gloriar da nossa própria fé (v.8).

- Porque pela graça sois salvos, mediante a fé ou por meio da fé.

A pergunta é a seguinte:

O que não vem de vós?

A fé ou a graça?

- Devemos entender que as expressão mediante a fé, não é o mesmo que por causa da fé.

- O ensino evangelístico popular hoje afirma que você tem que produzir fé suficiente em si mesmo para ser salvo.

- Ou seja por causa da sua fé você é salvo. E não é isso que a bíblia está dizendo neste verso, particularmente.

- Afirmar que nós somos salvos por causa da fé e não por meio da fé, é transformar a fé em obras. Isso significa dizer que a nossa ação (a fé) nos salva.

- Se a minha fé é que me salvou, então eu mesmo me salvei; mas o texto nos diz que e isto não vem de vós, é Dom de Deus (v.8).

- Portanto, meus irmãos, a fé não é a causa da nossa salvação. A graça de Deus no Senhor Jesus Cristo é a causa da salvação.

3. Então qual é a função da fé para a salvação?

- Exemplo: cano de água. O cano não é a água em si mesma. De igual modo, a fé é apenas um instrumento pelo qual a salvação chega até mim.

- A fé é o canal, é o cano, é o instrumento através do qual, a salvação, que é da graça de Deus, chega até mim.

- Eu sou salvo pela graça de Deus, que traz salvação para mim. Jamais devemos dizer que a nossa fé nos salva.

- A fé, em si mesma, não salva assim como crença não salva. Cristo salva – Cristo somente e sua obra consumada, acabada na cruz. Não a minha crença, não a minha fé, não o meu entendimento, não o meu gesto de levantar a mão e aceitar a Cristo, nada que eu faça – Não vem de vós diz o texto.

 

III. O fato de sermos salvos, é resultado único da obra de Deus v. 10.

- Meus queridos, não é a nossa decisão, o nosso “decidir-nos por Cristo” que nos faz cristãos. É verdade que a decisão entra nisso, mas não é a nossa decisão que nos faz cristãos.

1. Nós não nos fazemos cristãos por nós mesmos.

- Muitas vezes fico preocupado com os nossos testemunhos sobre a salvação, quando dizemos: Eu me decidi por Cristo há 30 anos atrás e nunca me arrependi desta decisão.

- Na verdade a nossa linguagem deveria ser a seguinte:

Há 30 anos atrás eu estava morto em ofensas e pecado, porém Deus começou a fazer algo em mim. Tomei a consciência da minha morte eterna; senti que Deus me ama; senti que Ele estava lidando comigo e Ele me vivificou.

- É desta maneira que Paulo quer que nós entendamos o fato de nossa salvação. Não que eu me decidi, não que eu tivesse parte ativa na entrada do cristianismo, não que eu decido seguir a Cristo. Não, absolutamente, não. É verdade que isto tem o seu papel depois da salvação.

- Não é esta a nossa tendência de pensar que eu me decidi e Deus é um mero espectador?

- Nós nos enganamos ao pensar que é a minha atividade que importa, o que eu decido, o que eu faço. Nós somos feitura sua, diz o verso 10. Por que sou feitura dele, eu tenho a segurança da salvação.

2. Deus é o artífice.

- Quando nós lemos a Bíblia de Gênesis a Apocalipse, em toda parte é Deus quem age.

- Ele fez o homem, Ele fez o mundo. O homem pecou – Deus foi em busca dele.

- Como sempre o homem procurou dizer EU ME DECIDI PARA DEUS (Gn 3:7), cobrindo a sua nudez com folhas de figueira, mas Deus disse: NÃO. Esta nudez só é coberta pelo sangue do cordeiro.

- Neste universo, o primeiro a derramar sangue, a Bíblia nos diz, foi Deus mesmo, quando o homem se achava em pecado: Romanos 5:8 "Mas Deus prova o seu ..."

- Foi Deus quem chamou Abraão, foi Deus quem chamou os profetas, foi Deus quem deu a lei ao povo, foi Deus quem, na plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho.

- Deus é o artífice, meu irmão. Deus é que está modelando a obra. Deus é o artesão.

- Exemplo: massa.

- Vejam, aqui está um pouco de massa. O artífice, o oleiro, vem e apanha esta massa e se põe a trabalhar. Tira as arestas e as pontas; ele tem certos tornos de modelagem, e a coloca num deles.

- Da mesma maneira, quando nós fomos salvos, nós fomos posto neste torno. Somos feitura sua, criados em Cristo Jesus.

 

Conclusão:


- Como Deus realiza esta obra.

- Qual é o meio que torna a obra de Deus aplicada e clara em nossas vidas?

1. O trabalho do Espírito Santo em nós.
2. A Palavra de Deus
3. A importância da pregação da Palavra de Deus.

- Não existe a doutrina da justificação sem a santificação diária. As duas imagens congeladas, a do DUNGA de 90 e de DUNGA de 94, simbolizam para mim a diferença entre a 'não graça' e a graça.

- O mundo é governado pela ausência da graça. Tudo depende do que você e eu tenhamos feito.

- Eu tenho de fazer alguma coisa para ter prestígio.
Meu amigo, saiba que no reino de Jesus somos chamados a caminhar noutro caminho; um caminho que não depende das nossas realizações, mas, sim, da realização dele.

- Nós não temos de realizar nada, apenas temos que seguí-Lo. Ele já ganhou para nós a única vitória que Deus aceita.


Pr. Jorge Francisco Cacuto

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