Porque Jesus Deveria Ter Autoridade Absoluta em Minha Vida?

Texto: Marcos 1:21-28

Introdução:

1. Todos nós temos uma fonte de autoridade em nossas vidas que determinará como pensamos e vivemos. Para alguns é:

a) Razão - Vivo da maneira que vivo porque penso.

b) Experiência - Vivo como vivo porque sinto.

c) Tradição - Vivo como vivo porque sempre o fizemos assim.

d) Revelação - Vivo da maneira que vivo porque Deus assim diz.

2. Para aqueles de nós cuja autoridade é a revelação, entendemos que essa revelação é o que os teólogos chamam de “Revelação Especial” e entendemos que essa revelação especial toma a forma de uma proposição e de uma pessoa. Está em uma palavra escrita e em uma palavra viva. Chamamos a palavra escrita de Bíblia. A Palavra Viva que conhecemos como Jesus. Aquele que amamos. O outro nós amamos e adoramos. Um nos aponta para o Outro, e esse Um tem o direito de exigir o senhorio completo, total, abrangente e absoluto em nossas vidas.

Transição: Por que Jesus deveria ter o senhorio absoluto em sua vida? Os versículos 21-28 fornecem duas das muitas, muitas razões.

I. Por Causa de Seus Ensinamentos. V. 21-22

- Jesus vai para Cafarnaum. Esta vila de pescadores se tornará uma espécie de base de operação para Seu ministério na Galileia. Ela estava localizada na costa norte do Mar da Galileia. Na verdade, o Mar da Galileia é um lago de água doce repleto de peixes. Também é chamado de Mar de Tiberíades (em homenagem à principal cidade localizada na costa oeste), bem como Lago Kinnereth, que em hebraico significa "harpa". Isso provavelmente ocorre porque o lago tem o formato aproximado de uma harpa. Sete milhas de largura e 13 milhas de comprimento, está quase 700 pés abaixo do nível do mar. É incrivelmente bonito.

- Cafarnaum significa “aldeia de Naum”. Era um importante porto e cidade fronteiriça nos dias de Jesus, com uma população mista de judeus, gentios e soldados e oficiais romanos. Era uma boa localização para Jesus utilizá-la para evangelizar em toda a Galileia. Imediatamente, as coisas entram em ação.

1. Seus ensinamentos são surpreendentes. V. 21-22

- No sábado - o dia de adoração judaica. Tudo começava no pôr do sol na sexta-feira e se estendia até o mesmo no sábado.

- Ele entrou na sinagoga. Análogo ao prédio de uma igreja local em nossos dias, a sinagoga era uma sala de assembleia ou auditório onde as Escrituras, e em particular a Torá, a Lei, eram lidas e ensinadas. Havia apenas um templo em Jerusalém, mas as sinagogas estavam espalhadas por todo o mundo mediterrâneo, onde quer que vivessem 10 ou mais judeus, com 13 anos de idade ou mais. As sinagogas, portanto, eram locais de reunião judaica para adoração, educação e reuniões comunitárias. Sua origem provavelmente pode ser rastreada até o exílio na Babilônia, depois que o templo de Salomão foi destruído em 586 a.C.

- Marcos não nos diz nada sobre o conteúdo do ensino de Jesus nesta passagem, embora a mensagem resumida no verso 15 possa nos dar uma pista. Em vez disso, sua preocupação é enfocar Aquele que está ensinando, Sua autoridade e a resposta surpreendente dos ouvintes.

- Ao ouvir o ensino de Jesus, os ouvintes ficaram espantados, alarmados, arrebatados. Existem reações de medo e alarme. Seus ensinos são de caráter perturbador.

- Hoje podemos dizer: "eles foram surpreendidos!"

2. Seus ensinamentos são com autoridade. V. 22,27

- As pessoas imediatamente viram um contraste entre os ensinamentos de Jesus e um grupo de educadores religiosos que Marcos chama de “os escribas”. Os escribas, também chamados de “mestres da lei” e “advogados”, eram hábeis na interpretação e exposição da Torá, a Lei de Moisés. Este grupo de estudiosos muito respeitado e celebrado traça sua origem até Esdras (Esdras 7:6, 11). Mais tarde chamados de “rabinos”, eles eram considerados especialistas na lei que podiam emitir um julgamento vinculante sobre sua interpretação. Edwards diz que eles “combinavam os cargos de professor da Torá, professor e moralista e advogado civil, nessa ordem. Sua erudição e prestígio alcançaram proporções lendárias no primeiro século, ultrapassando ocasionalmente o do sumo sacerdote”. Muitos eram fariseus, embora também houvesse saduceus e sacerdotes entre eles. O Sinédrio, a Suprema Corte Judaica, era composto principalmente de escribas.

- Eles eram admirados e muito respeitados. Eles eram a elite religiosa e era uma honra sentar-se sob sua instrução. No entanto, em todos os 4 evangelhos, eles se opõe a Jesus e Seu ministério. Jesus desafia, não a legitimidade de seu ofício, mas Ele desafia seu legalismo, hipocrisia e orgulho.

- Se algumas pessoas temem que são ruins demais para serem salvas, esse grupo corre o risco de acreditar que são tão boas que não precisam ser salvas! Este é um perigo perene que aqueles criados em um contexto altamente religioso sempre enfrentam.

- Versículo 22 - Ele ensinou como quem tem autoridade, não como os escribas.

- Versículo 27 - O que é isso? Um novo ensino com autoridade. Os escribas derivavam sua autoridade das “tradições dos anciãos” (7:8-13), citando os pais do Judaísmo. Sua autoridade vinha citando os mestres famosos e respeitados que os precederam. Não é assim com Jesus. Ele falou como 1) um dos profetas e 2) Sua autoridade veio diretamente de Deus, Seu Pai (1:11).

- A palavra de Jesus, apresentada com uma autoridade soberana, que não permitia debate nem reflexão teórica, confrontou a congregação com a reivindicação absoluta de Deus sobre toda a sua pessoa.

- Aquele que traz o ensino que surpreende e tem autoridade é o próprio Cristo, o Filho de Deus. Ele tem o direito não apenas de decidir o que é verdade, Ele tem o direito de exigir uma decisão.

Transição: Você dúvida disso? Em seguida, observe o segundo argumento convincente de Marcos.

II. Por Causa do Seu Poder Sobre os Demônios. V. 23-28

- O versículo 23 nos apresenta imediatamente uma situação que requer que algumas perguntas sejam feitas e algumas explicações sejam dadas. Existe “um homem com um espírito imundo”. O termo mais comum para esse ser é “demônio” (63 vezes no Novo Testamento). Quem ou o que é um demônio?

Quem são os demônios?

1) Os espíritos de uma raça maligna pré-Adâmica.

2) Os espíritos dos homens maus.

3) Produto de anjos coabitando com mulheres em Gênesis 6:1-4.

4) Anjos caídos. (Melhor opção)

- Marcos os chama de “espíritos imundos” 11 vezes, “demônios” 13 vezes.

E quanto aos demônios?

1) Possível 1/3 dos anjos caiu com Satanás (Apocalipse 12:4).

2) Alguns estão livres para vagar agora (Marcos 1:21-34).

3) Alguns estarão livres para vagar durante a tribulação (Apocalipse 9:13-19).

4) Alguns estão confinados agora a nunca mais vagar (II Pedro 2:4; Judas 6).

5) Eles são personalidades poderosas, mas não onipotentes (Marcos 1:24).

6) A atividade deles pode ter aumentado durante o tempo de Cristo e também novamente no tempo do fim vindouro (ver Apocalipse 6-19).

7) Eles estão colocados sob o controle de Satanás (Efésios 6:11-12), provavelmente em posição, possivelmente em geografia (Dan. 10: 10-12).

8) Eles têm autoridade e podem promover desunião, falsas doutrinas, infligir doenças, causar dificuldades mentais e impedir o crescimento cristão.

9) Os demônios podem oprimir, mas não possuir os crentes.

- Portanto, aqui está um homem possuído por demônios em todos os lugares, uma casa de adoração! Não perca o significado desta realidade para os nossos dias !!! Agora, observe a resposta do demônio. Há um grande ensino aqui.

1) Os demônios O reconhecem. V. 23-24

- Ao ver Jesus, o demônio grita com 2 perguntas e uma declaração: “Que temos nós contigo, Jesus, nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”

a) O demônio reconhece Jesus em termos de Sua humanidade e Sua divindade.

b) “Nós” pode se referir a vários demônios no homem ou no reino demoníaco como um todo, que reconhecem a ameaça que Jesus representa para sua autoridade e poder.

c) Vieste destruir-nos? Pode ser uma declaração e não uma pergunta. Eles entendem mais claramente do que os humanos que a vinda do Filho de Deus é um momento decisivo na história! Isso significa sua desgraça.

d) Santo de Deus - Talvez uma tentativa de ganhar algum poder sobre Jesus, alegando conhecer Seu Nome, mas mais provavelmente um reconhecimento de Sua divindade, Filiação e a grande antítese que existe entre um espírito profano (impuro) e o Santo de Deus.

- Há um contraste notável entre o conhecimento superior e a compreensão que os demônios têm de quem Jesus é, em oposição ao dos humanos.

Endemoninhado     -                    Doente Comum

Santo de Deus (1:24)    -                 Senhor (7:8)

Filho de Deus (3:11)              -        Mestre (9:17)

Filho do Deus Altíssimo (5:7)   -    Filho de Davi (10: 47-48)

(Títulos que refletem o status divino de Filho de Deus)   -  Mestre (10:51)

- O Reino de Deus enfrenta as forças do mal na primeira aparição pública do ministério do Filho de Deus. Não é um bom dia para os demônios! É um evento “sem competição” com um nocaute imediato e devastador! A “amarração do homem forte” observada em 3:27 já começou! Os demônios são forçados a reconhecer de má vontade o que o Pai declarou em 1:11!

- Curiosamente, a única outra pessoa chamada “Santo de Deus” na Bíblia é Sansão (Juízes 16:17). Ele fez um voto nazireu. Embora amarrado por causa da estupidez e do pecado, Deus o usou para destruir os poderes malignos de sua época. Ele era a antecipação do maior “Santo de Deus” que destruiria para sempre, também pela morte, o reino e os poderes do mal.

2) Os demônios O obedecem. V. 25-28

- Versículo 25: O Comando

Imediatamente Jesus o repreendeu. Fique em silêncio, (imp./palavra de comando) cala-te, amordace! Sai (imp./palavra de comando). Apenas algumas palavras diretas de uma autoridade absoluta! Sem feitiço ou encantamento. Ele diz a palavra e eles obedecem.

- Versículos 26-28: A Resposta

- V. 26 → O demônio 1) convulsionou, 2) gritou e 3) saiu.

- V. 27 → As pessoas ficaram “maravilhadas” (“Todos” é enfático) e perguntaram “o que é isso?” Um novo ensino com autoridade. Até os demônios devem obedecê-lo.

- V. 28 → Sua fama se espalhou por toda parte, não só na Galileia, mas nas regiões vizinhas também! Como se levadas pelo vento, as pessoas ouviam as boas novas do Reino em todos os lugares.

Conclusão:

A perturbação de homens e demônios pelo Servo-Rei de Deus começou. A vida nunca mais será a mesma! Demônios são expulsos e pessoas quebradas são curadas. É assim que o Reino de Deus é. Isso é o que o grande Rei pode fazer. É por isso que Ele deve ter autoridade absoluta em sua vida, minha vida e todas as vidas.