Textos: Deuteronômio 6:1-9, Hebreus 9:11-14, Marcos
12:28-34
Introdução
Amados em Cristo, dou-lhes as boas-vindas a outra reflexão iluminadora sobre a Palavra de Deus. “Ame a Deus e ao seu próximo”. Este chamado ao amor não é apenas um mandamento, mas o próprio fundamento sobre o qual nosso relacionamento com Deus e os outros é construído. João explica: “E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio”. (2 João 1:6).
É um amor que o próprio Jesus afirmou como o maior mandamento quando perguntado pelo escriba em Marcos 12, dizendo: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”. Então, ele acrescentou: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Judas cumprimenta e ora: “a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados”. (Judas 1:2). Hoje, estamos fazendo uma jornada pelas escrituras para entender o que significa viver esse amor e por que ele é essencial para nossas vidas como crentes.I. Ame a Deus Com Todo o Seu coração, Alma, Mente e Força
No livro de Deuteronômio, encontramos Moisés instruindo
os israelitas a “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6:5). Este comando
está profundamente enraizado na história de Israel como o povo escolhido de
Deus, escolhido para dar testemunho de Seu amor e santidade. É um chamado para
um compromisso de todo o coração, uma devoção indivisa a Deus.
Amar a Deus com todo o nosso coração, alma e força não é
apenas sobre emoções, afeições ou serviço da boca para fora — é sobre todos
os aspectos de nossas vidas. Moisés exorta o povo a guardar os mandamentos de
Deus em seus corações e a ensiná-los diligentemente a seus filhos. Esse amor
por Deus deve ser evidente em nossas vidas diárias: quando andamos, quando
descansamos, quando trabalhamos e até mesmo nos símbolos que colocamos em
nossas casas.
Em nossas vidas, nós realmente amamos a Deus com todo o
nosso ser, ou estamos divididos por distrações, ambições ou preocupações?
Deus deseja nosso amor não porque Ele esteja em necessidade, mas porque Ele
sabe que ao amá-Lo, encontramos nosso propósito e nossa alegria. Esse amor por
Deus se torna o próprio fundamento para tudo o mais na vida — incluindo nosso
amor pelos outros.
II. A Realização do Amor Através de Cristo
O escritor de Hebreus pinta um belo quadro de como
Cristo, como o Sumo Sacerdote, entra no santuário celestial com Seu próprio
sangue, oferecendo-se como o sacrifício final. Seu sacrifício purifica nossas
consciências para que possamos servir ao Deus vivo. O amor de Deus prometido em
João 3:16 é cumprido por meio de Cristo para a humanidade.
Por que isso é significativo para nós em amar a Deus e ao
próximo? O amor de Cristo por nós — Seu sacrifício voluntário — demonstra
um amor que é altruísta e redentor. Por causa de Seu amor, somos purificados e
libertos do pecado, e nossos corações são transformados para amar como Ele ama.
O perdão e a graça que recebemos por meio de Jesus nos capacitam a amar a Deus
de todo o coração, sem o fardo da culpa ou da vergonha. Cristo se torna nosso
exemplo, mostrando-nos que o amor verdadeiro é sacrificial, puro e redentor.
Então, nosso amor por Deus e pelo próximo não é
simplesmente um dever que realizamos por medo ou obrigação. Em vez disso,
ele flui de um coração que foi tocado e transformado pelo amor de Cristo. À
medida que nos aproximamos de Deus, nosso amor se torna um transbordamento do
amor que recebemos Dele.
III. Ame o Seu Próximo Como a si Mesmo
Em Marcos 12, Jesus afirma que amar o próximo como a si
mesmo é igualmente essencial para amar a Deus. Esses dois mandamentos, Ele
diz, são inseparáveis. Você não pode amar a Deus sem amar os outros, e você não
pode amar genuinamente os outros a menos que esteja fundamentado no amor de
Deus. Deus é amor e, portanto, sem Ele, não há amor. João coloca: “Ora,
aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade,
e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1
João 3:17). O amor de Deus em nós é visto quando refletimos amor. “O segundo
é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que
estes” (Marcos 12:31).
Este mandamento nos ordena a amar os outros como
amaríamos a nós mesmos — tratando-os com a mesma gentileza, compaixão e
respeito que desejamos. Isso significa que quando amamos nosso próximo, somos
movidos a perdoá-los, a ser pacientes, a ser tolerantes, a nos alegrar com seus
sucessos e a ajudar a suportar seus fardos. Jesus nos chama para um amor que
vai além da nossa zona de conforto, um amor que se importa com aqueles que
podem não se parecer conosco, pensar como nós ou viver como nós. Ouça Jesus: “Se
amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam
aos que os amam” (Lucas 6:32)
Jesus novamente nos lembra que nosso próximo não é apenas
nosso amigo ou membro da família, mas inclui o estranho, o estrangeiro e
até mesmo aqueles que podem se opor a nós. Nosso amor deve se estender além das
barreiras de raça, status e até mesmo queixas pessoais. Este é o amor radical
de Cristo trabalhando em nós. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua
vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”. (1 João 3:16).
IV. Vivendo o Seu Amor a Deus e ao Próximo
Então, como podemos viver ativamente esse mandamento de amar
a Deus e amar o próximo?
Tempo Intencional com Deus: Passe um tempo todos os
dias em oração, em Sua Palavra e em adoração. Seu tempo de silêncio com Deus
aprofunda sua tenacidade em ser como Cristo. Isso aprofunda nosso amor por Ele
e alinha nossos corações com o Dele. Já que esse amor é Cristo, quanto mais
distante você estiver Dele, maior será a dificuldade de refletir Seu amor aos
outros.
Amar por Meio do Serviço: mostre amor ao próximo,
seja ele sua família, colegas ou estranhos. Pequenos atos de gentileza — ouvir
alguém, ajudar com uma necessidade ou oferecer encorajamento — refletem o amor
de Deus. O amor prático está em nossas ações, não em embrulhar palavras de
engano e mentiras. A história do bom samaritano é nosso exemplo.
Perdão e Reconciliação: Se há alguém que você está
lutando para perdoar, lembre-se de que Cristo o perdoou. Viver em amargura é
uma negação do amor de Deus e não há amor pelo próximo. Dê passos em direção à
reconciliação e inicie-a mesmo que você não seja o culpado, sabendo que o amor
sempre busca a paz.
Defenda a Justiça e a Compaixão: Amar o próximo
também significa defender a justiça, advogar por aqueles que são marginalizados
e mostrar compaixão por aqueles em necessidade. Diz-se que “o mal abunda não
porque os homens maus estão crescendo em número, mas porque os justos se
mantiveram em silêncio”. Deus nos chama para refletir Seu coração pelos
oprimidos e vulneráveis, isso é amor ao próximo.
Conclusão
Amigos, o comando de amar a Deus e ao próximo é simples,
mas também é o chamado mais profundo e desafiador que podemos assumir. Ele
exige que entreguemos nossos desejos egoístas, deixemos de lado os rancores e
abracemos o coração de Cristo. Ao nos comprometermos a amar, trazemos glória a
Deus, refletimos Sua imagem e experimentamos a plenitude de Seu propósito para
nossas vidas.
Renovemos nosso compromisso de amar a Deus com tudo o que
somos e amar o próximo como a nós mesmos. Pois, ao fazer isso, cumprimos a
lei de Deus e testemunhamos o poder transformador de Seu amor.
Amém.