Três fatores que podem nos atrapalhar no momento de adoração

(1) Jesus disse que devemos manifestar nosso amor a Deus de todo o coração, e de toda alma (apaixonadamente), e de todo entendimento (intelectualmente) e de todas as forças (de modo prático) (marcos 12:30).

(2) Todavia, alguns fatores nos impedem de adorarmos a Deus assim. Você não acha incoerente sermos passionais quando participamos de uma competição esportiva, de um musical, de um filme, de uma comemoração, e sermos tão racionais no momento da adoração?

Por que você acha que isso acontece com a gente?

I. O primeiro fator que pode nos atrapalhar no momento da adoração são os condicionamentos teológicos e culturais.

1. Os condicionamentos teológicos
(1) Os irmãos de Roma estavam se aproximando de Deus com um sentimento de constrangimento, medo e indignidade, porque ainda tinham em mente a maneira como Deus se manifestava na antiga aliança.
(2) Todavia o apóstolo Paulo mostra a face do Deus da nova aliança, que em Cristo, se faria pai dos seus adoradores (RM 8:15).
(3) Quando temos a compreensão de que pelo sangue de Jesus (interface) podemos entrar na presença de Deus com ousadia; e que o Espírito Santo pode trabalhar na dimensão do nosso espírito, para gerar sentimentos espirituais na adoração, o constrangimento, o medo e a indignidade cedem lugar a alegria, ao júbilo, gratidão e a paz (RM 8:16).
(4) Os irmãos de Roma estavam chegando a Deus como quem chega ao Monte Sinai (velha aliança), quando já tinham a prerrogativa de chegarem a Deus como quem chega ao Monte Sião (nova aliança) (HB 12:18-24).
(5) No Monte Sinai não havia a “interface” entre Deus santo e o homem pecador (Jesus), por isso o medo. No Monte Sião contamos com o sangue de Jesus e com a testificação do Espírito Santo em nosso espírito.
(6) Por isso Jesus falou à mulher samaritana que haveria um tempo em que os adoradores adorariam o Pai em espírito e em verdade (JO 4:20-24).
2. Os condicionamentos culturais
(1) O evangelho chegou até nós através dos americanos e europeus. Essas culturas não valorizam muito as emoções e os sentimentos. Além disso, somos herdeiros de uma filosofia que valorizava mais a “razão” do que os sentimentos. Inclusive os reformadores se ocuparam somente com a “doutrina certa” (intelecto).
(2) E se fomos criados num lar que não nos ensinou expressar sentimentos; e ainda somos herdeiros de uma tradição religiosa que sutilmente inibiu a manifestação de emoções e sentimentos; na hora da adoração nossos sentimentos ficam travados.
(3) Todavia uma legítima experiência na presença de Deus em adoração abala nossas estruturas físicas, emocionais, e espirituais, pelo impacto da sua presença abençoadora.
(4) Então se ficamos silentes e contidos enquanto adoramos: ou não estamos discernindo e sentido a presença de Deus, ou, estamos bloqueados para manifestar o que discernimos e sentimos.
(5) Então precisamos nos render ao Espírito Santo, para que ele quebre esses condicionamentos culturais e teológicos em nossa vida, para que sejamos espontâneos e íntimos de Deus no momento da adoração.
(6) Temos um exemplo de um adorador que esquece quem está a sua volta, e da sua posição de rei, e perde-se na presença de Deus. E temos outro exemplo de uma religiosa que estava mais preocupada com a posição do rei do que com a presença de Deus (arca), por isso ridicularizou aquele momento tão sublime de adoração. (2 SM 6:5,14-22)
-  Você tem tido dificuldade em expressar suas emoções e sentimentos em adoração?
- A que você pode atribuir essa dificuldade?

II. O segundo fator que pode nos atrapalhar no momento da adoração é a falta de percepção do ambiente de adoração

(1) O autor de hebreus revela uma transcendência no ambiente de adoração (HB 12:18-24).
(2) Ele revela que no momento de adoração há harmonia entre Deus e o universo espiritual (anjos e salvos), Deus e o mundo visível (Igreja). Estamos presente mesmo ambiente Abraão, Isaque, Jacó, Isaías, Davi, Paulo, João, Lutero, Calvino, ... Deus, Jesus, e anjos.
(3) Nós adoramos nesse ambiente onde temos um Deus justo assentado num trono e ao seu lado temos nosso advogado intercede por nós como mediador da nova aliança, é por isso que esse não é um ambiente de pânico, desespero e medo, como era no Monte Sinai.
(4) Tivéssemos nós entendimento maior desse ambiente da adoração nós não seriamos tão displicentes, não ficaríamos tão enfadados, não seríamos tão desatentos nos momentos de adoração. 
(5) De lá do céu podemos estar sendo avaliados assim: vocês estão percebendo o júbilo, a alegria, o quebrantamento, a espontaneidade desse povo? Eles me adoram em espírito e em verdade.
(6) Ou assim: vocês estão percebendo a inquietação, a displicência, a irreverência, a insensibilidade desse povo que diz que Me ama, mas tem pressa em sair da Minha presença?
(7) O sangue de Jesus é o fundamento desse ambiente de adoração; tudo o que vai daqui para Deus passa pelo o sangue; tudo o que vem de Deus para nós passa pelo sangue (graça).
(8) É num ambiente de adoração genuína que Deus manifesta a sua presença. A onipresença de Deus é diferente da presença manifesta de Deus. Deus sempre está presente (onipresença), mas nem sempre ele manifesta a sua presença. (EX 33:7-11) 
(9) É muito bom quando discernimos a presença de Deus (crendo), melhor ainda é quando podemos além de discernir (crer) sentir a presença Dele no momento da adoração.
- O que significa para você o momento de adoração comunitária?

III. O terceiro fator que pode nos atrapalhar no momento da adoração é a religiosidade.

(1) Chamamos de adoração “religiosa” aquela feita com os lábios divorciados do coração (IS 29:13).
(2) Alguém já disse que as maiores mentiras que contamos para Deus são aquelas ditas numa adoração religiosa.
(3) Quando manifestamos uma fé discursiva desprovida de vida; ou cantamos uma coisa vivemos outra; ou enquanto cantamos nossa mente divaga por todos os lugares menos para o trono de Deus.
(4) Quando focamos nossa mente, nossas emoções, nossa força vital em Deus enquanto adoramos, começamos a descobrir a diferença entre cantar e adorar, assistir culto e cultuar, entre a onipresença e a presença manifesta de Deus. (GN 28:16)
-  Você tem focado sua atenção em Deus enquanto adora?
- Você tem meditado naquilo que canta?

Conclusão
(1) Podemos entrar na presença de Deus sem medo. (HB 10:19)
(2) Porque Jesus faz a interface entre o Deus santo e o homem pecador (nova aliança, HB 10:20,21);
(3) Podemos entrar crendo (inteira certeza de fé) e sentindo (verdadeiro coração), mas não podemos entrar de qualquer maneira (HB 10:22).
Seis conselhos práticos para que você avance na adoração:
(1) Peça a Deus que revele os bloqueios que impedem você de manifestar seus sentimentos, de ser espontâneo e íntimo de Deus no momento da adoração.
(2) Quando em adoração você estiver apático, frio, indiferente, peça ao Espírito Santo que gere em seu coração sentimentos espirituais. (alegria, júbilo, contentamento, gratidão, quebrantamento).
(3) Comece a meditar naquilo que você canta enquanto adora, trazendo o seu coração para a adoração.
(4) Esqueça as pessoas ao lado, e não fique distraído, foque sua atenção em Deus e não tenha pressa para sair da presença de Deus.
(5) Não chegue atrasado ao culto para não perder o tempo de adoração. “quando nosso culto começa apenas 50% dos membros estão presentes; essa realidade passa a idéia de que o momento de adoração não é importante”.
(6) Obedeça aos comandos do ministro de adoração, porque ele está ali para ajudar você na adoração.

Pr. Oswaldo F Gomes

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