A Glória do Mistério Revelado em Cristo

Texto bíblico: Efésios 3:1-13

Introdução

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, revela um profundo mistério que esteve oculto por gerações, mas agora foi manifestado pela graça de Deus. Este mistério aponta para a obra redentora de Cristo, que une judeus e gentios em um só corpo. Neste sermão, exploraremos como o apóstolo apresenta a riqueza desse mistério e o impacto dele em nossas vidas.

Contexto histórico

A carta aos Efésios foi escrita por Paulo enquanto ele estava preso em Roma, por volta de 60-62 d.C. Durante este tempo, Paulo refletiu profundamente sobre o propósito de Deus para a Igreja. O contexto cultural de Éfeso incluía forte influência pagã, práticas de idolatria e tensões entre judeus e gentios convertidos. A mensagem de união e reconciliação através de Cristo era, portanto, revolucionária.

A Glória do Mistério Revelado em Cristo

I. O Chamado de Paulo Como Prisioneiro de Cristo

A. Paulo se identifica como prisioneiro, não de Roma, mas de Cristo, ressaltando sua submissão total à vontade divina (Efésios 3:1).

B. Ele reconhece que seu sofrimento está ligado ao seu ministério em favor dos gentios, mostrando a relevância do evangelho para todos (Atos 9:15-16).

C. Sua prisão não é motivo de vergonha, mas uma evidência de sua fidelidade à missão de Deus (2 Timóteo 1:8).

D. O termo "prisioneiro" no original grego (desmios) implica alguém vinculado por amor e propósito divino, não pela força humana.

E. Paulo demonstra que Deus pode usar as circunstâncias adversas para cumprir Seus planos soberanos (Romanos 8:28).

II. O Mistério Revelado Pela Graça de Deus

A. O mistério estava oculto nas eras passadas, mas foi revelado agora aos apóstolos e profetas (Efésios 3:5).

B. Este mistério é que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Cristo (Efésios 3:6).

C. A palavra grega para "mistério" (mysterion) não significa algo inacessível, mas uma verdade que Deus escolheu revelar.

D. A revelação do mistério demonstra a sabedoria e soberania de Deus em Sua obra redentora (Romanos 16:25-26).

E. Essa graça é acessível a todos, independentemente de etnia ou status social (Gálatas 3:28).

III. O Ministério de Paulo Como Mordomo do Evangelho

A. Paulo descreve seu ministério como um dom da graça de Deus (Efésios 3:7).

B. Ele reconhece sua insuficiência, mas exalta o poder de Deus que opera nele (1 Coríntios 15:10).

C. A palavra grega para "mordomo" (oikonomos) sugere responsabilidade e fidelidade na administração da mensagem divina.

D. O evangelho que Paulo prega não é limitado por barreiras culturais ou geográficas (Colossenses 1:23).

E. A humildade de Paulo serve de exemplo para todos os que servem a Deus (Filipenses 2:3).

IV. A Sabedoria Multiforme de Deus

A. A Igreja é o meio pelo qual a sabedoria de Deus é manifestada aos poderes celestiais (Efésios 3:10).

B. A palavra "multiforme" (polypoikilos) no grego enfatiza a riqueza e a variedade da sabedoria divina.

C. Os anjos contemplam a Igreja como testemunho do plano redentor de Deus (1 Pedro 1:12).

D. A unidade da Igreja reflete o caráter de Deus e Sua obra reconciliadora (João 17:21).

E. Através de Cristo, Deus torna visível Sua glória eterna (2 Coríntios 4:6).

V. O Propósito Eterno de Deus em Cristo Jesus

A. A obra redentora de Cristo não foi uma solução emergencial, mas parte do plano eterno de Deus (Efésios 3:11).

B. Esse propósito foi estabelecido antes da fundação do mundo (Efésios 1:4).

C. A palavra "propósito" (prothesis) no grego implica um plano bem definido e intencional.

D. Em Cristo, todos os aspectos do plano de Deus encontram cumprimento (Colossenses 1:16-17).

E. Esse propósito eterno garante segurança e esperança para os crentes (Romanos 8:29-30).

VI. Confiança e Acesso a Deus

A. Em Cristo, temos ousadia e acesso com confiança à presença de Deus (Efésios 3:12).

B. A palavra "ousadia" (parrhesia) no grego refere-se à liberdade de falar abertamente diante de Deus.

C. Esse acesso é garantido pela fé e pelo sangue de Cristo (Hebreus 10:19-20).

D. A comunhão com Deus é restaurada através da reconciliação realizada na cruz (2 Coríntios 5:18-19).

E. Essa confiança elimina o medo e fortalece nossa fé (1 João 4:18).

VII. A Glória no Sofrimento Por Amor ao Evangelho

A. Paulo encoraja os crentes a não desanimarem por causa de suas tribulações (Efésios 3:13).

B. O sofrimento de Paulo é uma demonstração de sua obediência ao chamado de Deus (2 Coríntios 4:8-9).

C. Ele vê o sofrimento como uma oportunidade para glorificar a Deus (Filipenses 1:29-30).

D. A palavra "tribulação" (thlipsis) no grego transmite a ideia de pressão intensa, mas com propósito.

E. O sofrimento do apóstolo fortalece a Igreja e demonstra o poder sustentador de Deus (Colossenses 1:24).

Conclusão

A revelação do mistério de Deus em Cristo é uma demonstração do amor, sabedoria e propósito eterno de Deus. Como Paulo, somos chamados a abraçar nossa identidade em Cristo, viver com ousadia e confiar no plano soberano de Deus, mesmo em meio às adversidades.

Aplicação

A mensagem de Efésios 3 nos desafia a enxergar a grandeza do plano de Deus, a valorizar a unidade da Igreja e a viver com confiança no acesso que temos a Deus. Devemos refletir a sabedoria multiforme de Deus em nossas vidas, proclamando o evangelho com coragem e fidelidade. Que nossas vidas sejam um testemunho vivo do mistério revelado em Cristo.

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